sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Rendimento Básico Incondicional (RBI) como um Direito à Dignidade Humana

Eu vejo o Rendimento Básico Incondicional (RBI) como um Direito à Dignidade Humana mas não como caridadezinha de direita cristã envergonhada nem como concorrência desleal entre trabalhadores (como o vêem às vezes supostos «radicais» de direita neocons e supostos «radicais» de esquerda fossilizada, com quem não concordo). O RBI é o Direito a não ser triturado pelo sistema capitalista e a ter uma vida com dignidade independentemente de situações de desemprego miseráveis ou de estruturas económicas , sociais ou até familiares opressoras. O RBI permite evitar exclusões sociais gritantes como as dos sem abrigo, as dos desempregados de longa duração bem como os que não aceitam trabalhos embrutecedores, degradantes ou ambientalmente criticáveis no que se refere a uma sociedade capitalista de consumo desenfreado delapidadora dos bens naturais do Planeta Terra. Um tipo de trabalho deste género é o de operador de caixa de supermercado ou de trabalhador de cadeias de fast food ou de trabalhador em aviário industrial ou num matador industrial ou de guarda prisional ou de trabalhador numa central elétrica a carvão ou numa perigosíssima central elétrica nuclear... Ter tais tipos de trabalho pode ser degradante e esse tipo de trablhos sim é que dão suporte a um sistema capitalista também degradante com patrões que muitas vezes assediam moralmente e ideologicamente os trabalhadores. Sou por uma sociedade que tem altos parâmetros de liberdade e ecologismo e o RBI faz parte dessa sociedade que defendo. Uma pessoa pode ser socialmente ativa e produtiva sem ser com trabalho assalariado e ainda assim com trabalho socialmente útil: por exemplo tendo atividade em associações sem fins lucrativos, em comissões de moradores ou de apoio mútuo nos bairros urbanos ou nos campos, etc. Encarar o «trabalho» que acrescenta mais valia apenas como trabalho assalariado é redutor, parece-me...Dou outro exemplo: há grupos onde se trocam trabalhos e serviços sem qualquer intervenção de dinheiro. Pergunto: essa troca de trabalho acrescenta ou não mais valia?!... Parece-me óbvio que sim. Ora há trabalhos socialmente úteis não assalariados, como aliás também o trabalho doméstico familiar, que justificam igualmente bem a ideia do RBI. E... Até concordo com terra incondicional desde que o «vão cavar batatas» não seja obrigatório ou «militarizado». Acho ótima ideia a expropriação de terrenos abandonados há muito tempo (o que é diferente de «pousio») ou de dono desconhecido bem como a cedência de terrenos públicos para hortas urbanas/comunitárias...

Estas minhas reflexões a propósito de : http://www.jornaltornado.pt/finlandia-vai-testar-rbi-560-euros-janeiro/

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